Digite sua pesquisa acima e pressione Enter para pesquisar. Pressione Esc para cancelar.

Eu e a UFRJ


Sempre quis ser Designer de Interiores. Claro que não sabia que o nome era esse... Eu falava que queria ser arquiteta, mas sabia que queria trabalhar com ambientes internos. A minha paixão era ver aquilo tomando forma, ganhando cor. Encarava como decoração, mas depois que comecei a faculdade entendi a diferença. O design tem todo um estudo por traz, do cliente, do sol, da temperatura, da vegetação, enfim... Tudo que envolve a vida que vai ser vivida naquele projeto que você planejou. Então me apaixonei ainda mais!
Na época do vestibular coloquei Arquitetura em todas as universidades públicas. Quando eu fiz vestibular ainda não tinha essa coisa de ENEM. Eu fiz o ENEM, mas não era isso que definia se eu passaria ou não. Até que chegou o vestibular da UFRJ. Eu já estava fazendo curso de desenho a 1 ano, por causa do THE (Teste de Habilidade Específica). Vi que lá tinha um curso inteiro só de Design de Interiores. Fiquei muito feliz! Foi minha primeira opção.
O resultado só saiu em Março, mais ou menos, do ano seguinte, então, comecei a fazer pré-vestibular, já que não sabia se tinha passado ainda. Mas quando chegou a época recebi a notícia e foi a melhor da minha vida! Inclusive pelo momento que eu estava passando... Meu ex-namorado tinha se mudado de Estado e eu estava mal...
Me inscrevi e comecei a cursar naquele mesmo período. Eu estava amando estar lá! Conhecer gente nova, lugares novos... A faculdade abriu muito minha mente! Principalmente lá, que era a Escola de Belas Artes. É gente de todo tipo, de vários lugares do Rio, do Brasil e do mundo. Foi muito doido! Mas foi incrível! Até hoje ainda vejo umas bizarrices acontecerem, mas não me espanto, pois penso: “To na EBA.”.
Logo nos primeiros períodos eu estranhei, porque me sentia a única pessoa que estava amando aquilo! Todo mundo a minha volta reclamava muito da faculdade. Falavam que não era aquilo que estavam esperando, que não viam a hora de projetar, etc. Como eu não estava esperando nada me empolguei com tudo! Cada aula, cada professor... A única coisa que eu não suportava era ter que ficar no trânsito por quase 3 horas, tanto na ida quanto na vinda. Hoje reconheço que os 2 primeiros anos de curso não serviram muito pro que tenho que fazer agora. Sinto muita falta de aulas mais focadas em projeto nos primeiros anos, porque hoje é praticamente só o que fazemos e quem não tem uma bagagem de fora, como eu, demora a pegar o ritmo e as técnicas de projeto.
Os anos passaram, não reprovei nada do básico. Nunca tinha reprovado nada, nem no colégio. Eu passei pra faculdade com 17 anos! Se eu tivesse a mentalidade que tenho hoje (22), não teria cursado... Mas, enfim, faz parte da vida... A gente aprende vivendo.
Cheguei ao tão esperado projeto! As aulas de Composição de Interiores são as mais esperadas e as mais temidas. Senti muita dificuldade... Perfil do cliente, programa, estudar cada coisa, CONCEITO! Até hoje tenho dificuldade com o conceito. É um texto que fazemos pra nos guiar durante o projeto, mas não é tão simples. Cada professor tem a sua maneira de conceituar, então você não aprende, você segue o que ele acha que é. Alguns falam que tem que ser subjetivo, outros, objetivo... É muito doido.
O 5º período, meu primeiro de projeto, foi horrível. Foi em 2012, ano da greve. O período foi cortado ao meio. Tivemos que parar durante o projeto e quando voltamos foi muito corrido, pois já estávamos no 2º semestre. Essa foi minha primeira reprovação.
Depois eu sofri uma crise, mas isso é papo pra outro post. Foi bem difícil. Quase desisti de tudo. Mas em 2013 comecei a trabalhar no escritório da Andréa Spelzon, em Niterói, e voltei a ter gosto pelo projeto. Só que tranquei minha matrícula na faculdade. Fiquei com medo de não dar conta de trabalho e estudo e ainda estava me recuperando da crise. Mas no 2º semestre saí do escritório e voltei pra faculdade.
Cursei Comp. 1 de novo e passei. Meu desenho tinha melhorado muito. Fiz um curso de desenho específico para Design de Interiores, pois estava há muito tempo parada. Uma das minhas crises foi essa de tudo ter que ser à mão. Em Comp. 1 não podemos fazer nada no computador e isso me frustrava. Ano passado cursei Comp. 2 duas vezes. Não me frustrei. Até gostei de ter reprovado, pois aprendi muito. Podia fazer 50% do projeto no computador!
Hoje estou em Comp. 3 e não vejo a hora do ano acabar pra eu me formar. Eu amo a faculdade, mas to cansada de ter que ir pra lá todo dia. Sei que vou sentir falta, mas quero trabalhar, seguir minha vida! Já to a 6 anos na mesma coisa. Só estudando e fazendo projetos de mentira. Quero começar a viver o que o Design tem pra mim. Mas to sugando a faculdade ao máximo. Quero continuar aprendendo sempre. Não me envergonho de dizer que atrasei 2 anos a minha formação. O que importa é que aprendi muito e creio que Deus tem um propósito em tudo. To feliz e isso basta!

O que achou da minha história na faculdade? Deixe um comentário, vou gostar de saber.

Abraços.

Nenhum comentário:

Postar um comentário