Essa semana fiz uma apresentação na aula de Comp. sobre
acessibilidade. Acessibilidade é um assunto muito delicado. Deveria ser
natural, mas a gente tem mania de esquecer que somos diferentes.
O conceito de acessibilidade se baseia no pensar dirigido a essas
diferenças, visando à possibilidade e o direito de todos, de compreender um
espaço, se integrar e se comunicar com seus conteúdos com autonomia e
independência.
A “Norma visa proporcionar à maior quantidade possível de
pessoas, independentemente de idade, estatura ou limitação de mobilidade ou
percepção, a utilização de maneira autônoma e segura do ambiente, edificações,
mobiliário, equipamentos urbanos e elementos.” – Extraído da NBR 9050
Esse é o problema. Quando falamos de acessibilidade
imediatamente associamos a pessoas com deficiência motora que utilizam cadeira
de rodas. Mas esquecemos daquelas que têm deficiência auditiva, visual, das
diferenças de idade, estatura, etc.
Uma rampa não define um projeto acessível. Acessibilidade
abrange a todos. Claro que é utopia, mas um bom projeto é bom quando se é
pensado para todos.
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Subiu a rampa? Quero ver subir o muro! |
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Duvido você subir essa rampa sem cair pra traz, e nem precisa ser de cadeira de rodas! |
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Essa rampa vai para... Ops. |
Enquanto eu apresentava o projeto, a professora Franci
contou um caso de um cliente do marido dela. Eles são arquitetos e um dos
clientes era cego, dono de uma rede de restaurantes. Eles estavam projetando um
dos restaurantes e a esposa do cara via as perspectivas e entendia, visualizava
o projeto por completo. Mas ele era cego. Como mostrar um projeto pra um cego?
Deixa pra lá, ele não vai saber como ficou mesmo, né?! Muita gente deve pensar
assim... Sabe o que eles fizeram? Fizeram o cara imaginar o espaço. Ele não era
cego de nascença. Ficou aos 5 anos. Podia lembrar de cores e formas com
facilidade. Num espaço vazio, deram a mão ao cara e começaram a falar: “Aqui
vai ficar a bancada.” Aí davam uns passos: “Aqui vai ser a parede vermelha.” Só
que o cara já tinha tudo imaginado, então ele falou: “Não, acho melhor essa
parede ser azul marinho.” E a esposa concordou.
Achei essa história incrível! Muitos profissionais devem
desistir de pegar um projeto porque o cliente é cego, surdo, mudo, cadeirante,
etc. Mas um bom profissional para pra pensar na necessidade do cliente. Se
coloca no lugar dele, sempre. É isso que faz a diferença! É isso que gera um
bom projeto, seja de interiores, arquitetura, produto, etc.
E você? Já teve alguma experiência desse tipo? Conta pra mim
nos comentários. Vou gostar de saber!
Abraços!
Abraços!
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